terça-feira, 6 de abril de 2010

Talvez...

Talvez eu realmente seja um péssimo amigo, alguém cuja atenção dada seja um mero desperdício. Eu assumo, não com orgulho, mas com aceitação diante do inegável.
Mas às vezes penso o que eu fiz na minha vida, de diferente. Por que alguma coisa muito certa eu fiz, de modo que eu mereça tudo o que a mim foi dado.

Eu sei que eu sou um tanto injusto na maior parte do tempo: Eu sou assumidamente ótimo em apontar defeitos e falhas, mas raramente eu abro minha boca para destacar as coisas boas que uma pessoa tem. Eu vejo isso como algo desnecessário, por que as qualidades se manifestam mais que os defeitos, mas noto o quanto isso faz falta em qualquer relação.

E eu convivi por muito tempo com uma pessoa sem que eu deixasse ela saber o quão incrível ela era. Criticava muito ela, de praxe, ela me criticava também, mas agora vejo que aquela lacuna sempre presente nas minhas lembranças servia para aquilo: Para eu dizer o quão necessária ela era na minha vida.

E ela foi necessária. Ela foi essencial, na maior parte do tempo em que nossa amizade vivia nosso auge.

Foi, indiscutivelmente uma amizade intensa. Uma amizade pontilhada de brigas inocentes, discussões bobas, momentos de extrema felicidade e idiotice. Coisas de crianças, que não tínhamos vergonha de fazer. Na verdade, não existia vergonha quando estávamos juntos, até hoje há coisas minhas que só ela sabe.
Ela esteve em alguns momentos muito importantes para a minha vida, pena que talvez eu não tenha marcado oficialmente uma época ou uma ocasião especial em sua vida. Mas basta saber que nossa amizade foi constante, e bem, perene enquanto durou.

Agora que a gente se afastou – e eu espero sinceramente que momentâneamente – eu vi como Heloísa era forte, como ela era inabalável, e por trás dessa personalidade resoluta, tão sensível como pode-se ser. Queria ter dito mais vezes o quanto eu admirava ela.

Mas agora dizer isso com frequência soa bajulação, eu não posso puxar assunto pra dizer “Ei, te admiro.”

Parabéns, Heloísa. Parabéns por ser simplesmente quem tu és, por não desperdiçar a pessoa incrível que tu te tornou ao longo dos teus quinze anos de vida. Feliz aniversário. Feliz dia da semana, feliz mês, tenha uma feliz vida! Por que tu mereces, e mereces ainda muito mais.

Atrasado? Sim, talvez eu esteja. Sutil vingança por não ter ganhado meus parabéns no dia do meu aniversário. É, estou sendo infantil, mas quem se importa?

Te amo. Te amo mais a cada dia, e isso é algo que eu não posso impedir.

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